sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PR deixa Dilma sem resposta e pode apoiar CPI


Uma semana depois do apelo feito pelo Planalto ao PR para que o partido retorne à base aliada de Dilma Rousseff, o líder da legenda na Câmara, Lincoln Portella, diz que ainda não tem resposta para a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, porta-voz do governo na questão. O deputado, que comanda a bancada de 41 integrantes do PR,  assinou o pedido de CPI da Corrupção apenas três dias após a conversa com a ministra, para quem o gesto vem na “contra-mão” das última tentativas de reaproximação.
O líder alega que o processo de consulta ao partido ainda não está concluído e não tem previsão para a resposta sobre o apelo do governo. Um de seus liderados, o deputado Antony Garotinho (PR/RJ), que esteve no Planalto nesta quinta, contesta a posição de independência do PR, que chamou de “chantagem”. Para Portella, no entanto, é cedo para mudar de posição.
A seguir, os principais trechos da entrevista do líder, concedida ao programa Brasília ao Vivo.

R7 – Por que o senhor assinou a CPI da Corrupção?

Lincoln Portella - Eu estou mais ou menos entre os vinte políticos mais influentes do twitter, eu vinha recebendo muitas cobranças da minha base, nas comunidades, no Estado. A partir do momento que eu peço uma investigação profunda do Ministério Público, Polícia Federal, CGU... Seria incoerente eu não assinar esse termo. Assinei como deputado, não como líder."

R7 – É um sinal de que o PR pode assumir atitude de oposicionista a qualquer momento?

Lincoln Portella - Nós não somos oposição. Acreditamos no governo Dilma, acreditamos na presidente da  República, na sua competência, na sua integridade, seriedade, e queremos caminhar ao lado dela, mas precisamos refazer o partido e essa posição minha foi uma posição difícil. Se eu não assino a CPI, eu estou querendo jogar a sujeira para debaixo do tapete, então somos corruptos. Se eu assino a CPI, eu estou chantageando o governo. É é uma situação muito difícil! Mas eu não posso deixar os meus eleitores sem uma resposta.

R7 – Como o senhor reagiu ao apelo do governo para que o partido volte à base aliada?

Lincoln Portella - Nós não vendemos dificuldades para colher facilidades. Em momento algum tivemos um posicionamento de querer complicar a governabilidade ou de valorizar o nosso posicionamento. Eu primeiro agradeci, em nome do partido, ao governo e, posteriormente, liguei para o presidente nacional, que já levou [a questão] para a Executiva Nacional, onde começaríamos uma discussão.

R7 – Os senhores já têm uma resposta?

Lincoln Portella - O que eu falei para a presidente ou para ideli Salvatti foi exatamente isso, vamos ouvir, vamos discutir, nós não podemos colocar data, não podemos colocar prazo. Nós nos sentimos honrados, valorizados, agradecemos, mas precisamos conversar com o partido. As posições do PR e as definições não podem vir de cima para baixo, têm de ser colegiadas. Vamos ouvir e por certo daremos uma resposta no tempo em que conseguirmos colher a posição de todos os nossos parlamentares e da nossa base também.

R7 – Vai demorar?

Lincoln Portella - Assim como nós levamos aproximadamente quarenta e cinco dias para chegarmos a essa posição de independência, claro, nós precisamos de tempo para ouvir todos os parlamentares,  os deputados estaduais, presidentes estaduais do partido, vereadores das principais capitais. Isso é um processo. A partir do momento em que vem o convite, nós nos sentimos muito honrados por isso, inclusive até desmistifica essa idéia de que o partido é composto de um bando de corruptos.  A presidente da República não quer corruptos ao seu lado! Então isso foi muito bom para o partido.

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