sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A Globo não quer pagar mais. Ponto. É isso. A síndrome do monopólio

O Cosme Rímoli já disse quase tudo, mas como ele é um cara educado, e eu sou cascudo, posso acrescentar alguns detalhes. Essa África do Norte do futebol brasileiro é feita por mercenários a serviço dos tiranos encastelados.
A implosão do Clube dos 13 não carrega nenhum ato revolucionário. É um retrocesso, na verdade. Quando o pessoal da arquibancada perceber como seus clubes estão sendo usados, quem sabe o povão sai às ruas para pedir seu ingresso de volta.
A maneira como o Corinthians se coloca é a mais vergonhosa de todas. Bucha de canhão, mas com todo o prazer. E o principal argumento, se não fosse mentiroso, seria apenas canalha: negociar em separado para ganhar mais.
Alô! Quando alguém prefere queimar dinheiro, deixa de ser maluco e passa a ser burro. Como não existem inocentes no mundo da cartolagem, as opções que restam para descrever o caráter do incendiário se tornam impublicáveis.
No máximo, seria como um empregado pelego ir sozinho pedir aumento ao patrão, mandando o sindicato às favas. O desertor pode até tirar um troco, mas levaria uma surra da peãozada.
É fácil resumir o núcleo da questão: a Globo não quer pagar a mais pelo direito de transmissão do futebol brasileiro. Eles gostam é de monopólio! Touché! Que descoberta sensacional, não?
Se vai pagar menos que a concorrência, como os clubes poderão receber mais se negociarem isoladamente? Acorda, galera! Nessa história não cabe dúvida. É golpe.
Quando o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) acabou com a cláusula de exclusividade da Globo, parecia que as coisas poderiam se tornar mais lícitas e transparentes. O futebol não poderia continuar sendo pior que o restante da sociedade.
Melhor que isso só o modelo argentino. O governo foi lá e pagou uma fortuna para deter os direitos de televisionar o campeonato nacional. E revendeu o direito para quem quisesse. Simples, honesto e lucrativo para todos.
 O estrago dessa patota que só quer trabalhar nos bastidores pode ser bem grande. Uma vergonha planetária. Nada com que já não estejamos acostumados. Mas não precisa ser assim para sempre. Nem ditaduras africanas duram tanto tempo.
De Marco Antonio Araújo
Blogueiro do R7

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